NA
AULA DE MATEMÁTICA
(Chico
Nery, 12/09/1984)
Quando
olhas para mim…
Os
números racionais ficam irracionais,
Os
reais, imaginários
E os
complexos ficam reflexos.
Quando
olhas para mim…
O
triângulo fica móvel,
O
círculo, quadrado
E o
quadrado fica reverso.
Quando
olhas para mim…
Os
conjuntos ficam sem elementos,
Os
subconjuntos, maiores que os conjuntos
E o
vazio desaparece.
Quando
olhas para mim…
Os
múltiplos ficam primos,
Os
primos, irmãos
E todos
os números ficam divisíveis.
Quando
olhas para mim…
Os
deltas ficam negativos,
As
equações, sem raízes
E as
funções sem domínio.
Quando
olhas para mim…
As
derivadas ficam sem limite,
Os
gráficos, sem inflexão
E as
tangentes nem se tocam.
Quando
olhas para mim…
Os
poliedros ficam sem faces,
O
côncavo vira convexo
E o
Teorema de Euler fica sem nexo.
Quando
olhas para mim…
O
sistema fica impossível,
A
matriz, redonda
E o
determinante se anula.
Quando
olhas para mim…
O sinal
fica sem som,
A aula
sem professor
E o
aluno bate com o dedo no meu ombro:
-
Mestre, a aula acabou.
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